PERISPÍRITO E PRINCÍPIO VITAL

O estudo do perispírito representa um dos temas mais importantes para a compreensão dos fenômenos mediúnicos. A seguinte subdivisão facilita o entendimento do assunto.

1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO PERISPÍRITOO perispírito e o corpo físico originam-se no fluido cósmico universal, que é a matéria que deu origem a todas as outras.

O perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, aquele que veste a alma e encontrado tanto em encarnados como em desencarnados, é um dos mais importantes produtos do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco de inteligência ou alma [...].

 [...] O corpo carnal tem seu princípio de origem nesse mesmo fluido condensado e transformado em matéria tangível. 

No perispírito, a transformação molecular opera diferentemente, porquanto o fluido conserva a sua imponderabilidade[1] e suas qualidades etéreas[2]. O corpo perispirítico e o corpo carnal têm, pois, origem no mesmo elemento primitivo; ambos são matéria, ainda que em dois estados diferentes. 
O perispírito é o envoltório fluídico do Espírito, sendo de natureza semimaterial. Para que o Espírito possa atuar no mundo espiritual, na categoria de desencarnado, ou no mundo físico, como encarnado, é-lhe indispensável revestir-se de um envoltório intermediário, de natureza fluídica.

[...] É semimaterial esse envoltório, ou seja, pertence à matéria pela sua origem e à espiritualidade pela sua natureza etérea. Como toda matéria, ele é extraído do fluido cósmico universal que, nessa circunstância, sofre modificação especial. Esse envoltório, denominado perispírito, faz de um ser abstrato, o Espírito, um ser concreto, definido, apreensível pelo pensamento. Torna-o apto a atuar sobre a matéria tangível.

Como se processa a ligação do perispírito ao corpo físico

Quando chega a hora do Espírito reencarnar, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen [ou zigoto] que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da concepção, e à medida que o gérmen [ou zigoto, em linguagem atual] se desenvolve, o laço se encurta.
Sob a influência do princípio “vito-material do gérmen”, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une molécula a molécula ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza de certa maneira nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união, nasce então o ser para a vida exterior.

O perispírito é o responsável pela guarda de nossas aquisições terrestres, experiências físicas tanto do aparelho orgânico, quanto no plano da moral e da inteligência. Tudo aquilo que adquirimos, habilidades, virtudes, conhecimentos não se perdem. Ficam gravados na memória da alma, no compartimento mental, absorvido nas entranhas do corpo espiritual.

O perispírito acompanhará eternamente nosso espírito.     Cada vez mais etéreo conforme por evoluindo a alma.

Porém, muitas das experiências anteriores são amargas e vêm marcadas em nosso perispírito, e aí, muitas vezes, não sabemos como nos libertar daquelas lembranças que trazem dor e sofrimento. Será fruto do destino, um carma cruel e implacável?

Não, com certeza. Não podemos confundir herança espiritual com destino, carma, ou mesmo com a concepção antiga de castigo. Dissemos que o perispírito armazena todas experiências anteriores e acompanha as diversas viagens da alma. Porém, pensemos que, nem tudo aquilo que trazemos numa mala de viagem precisamos usar. Ao viajar para um lugar distante, levamos reservas de roupas para o frio, para o calor, mais de um par de sapatos, remédios para o caso de precisar e até um guia dos lugares que conheceremos.

Mas, não faremos necessariamente uso de tudo que está na bagagem. Melhor ainda, seria bom voltarmos da viagem com aquisições novas, tanto roupas, calçados, presentes como informações... e livres das coisas velhas. Assim é com a bagagem espiritual, contida em nosso perispírito.

O desejável é que usemos e multipliquemos os talentos, as virtudes, a sabedoria e nos livremos das coisas velhas como erros, ignorância, dissabores, amarguras, frustrações, etc... André Luiz, em “Missionários da Luz”, capítulos 12 e 13, relata como é preparado o perispírito para a reencarnação. Um relato que nos faz sentir o cuidado divino com os detalhes genéticos, na escolha do óvulo, do espermatozoide, e de todas as características genéticas que formarão o novo corpo físico para abrigar um espírito em evolução.

Assim, cada célula, cada órgão, bem como todas as facilidades e dificuldades são programadas em benefício da busca da perfeição. Não será muita ingratidão de nossa parte, considerar como ruim certas características físicas que recebemos? Será correto julgarmos como injustiça essa ou aquela situação mais difícil que temos que enfrentar? Costumamos relacionar as doenças com coisas ruins, fruto de desvios de comportamento, erros e maldade. Entretanto, não há regra absoluta para julgarmos dessa maneira. Muitas vezes, as doenças são sinais de alertas para impedir novos erros, impedir desvios de rota. Até mesmo o tempo de vida que teremos na terra é programado, entretanto, lembram os construtores espirituais, depende de nós, voltarmos antes ou depois.

O bom ou mau uso que fizermos destas condições, é que determinarão a hora da nossa volta. Em resumo, podemos dizer, que entendemos o destino, ou carma, como a sinopse de uma história, escrita por nós, em parceria com o plano espiritual, a partir do planejamento elaborado para nossa evolução.

Nossa existência atual é a encenação teatral dessa história, onde o final depende da interpretação, da escolha do diretor, do cenário, da plateia, dos colegas de palco. Nossas escolhas, aí sim, temos responsabilidade. Quando falamos em planejamento, programação espiritual, facilmente confundimos com controle, domínio de nossa vida e de nossas ações por autoridades superiores.

Mas, absolutamente, não é isso que aprendemos com os amigos espirituais, como ensina O Livro dos Espíritos, bem como toda obra de Chico Xavier, ditada por André Luiz e Emmanuel. Nessas leituras, temos aprendido sim, que somos senhores do destino. Nossa história é de nossa autoria. O perispírito, de matéria plástica como é, fica impregnado de nossas impressões, boas ou ruins, pois não faz julgamento, simplesmente absorve.

O espírito, no uso do livre arbítrio, da vontade, fará o discernimento, auxiliado pelos mensageiros celestiais que já superaram essa etapa da escola da vida. Para aqueles que quiserem esmiuçar o conceito de perispírito, sugerimos a leitura do livro Perispírito, de Zalmino Zimmermann que faz um amplo estudo dentro da literatura espírita. Nesse livro, o autor reúne uma enorme gama de informações , sobre a natureza, propriedades, funções, e relaciona o perispírito com temas como mediunidade, evolução, encarnação, obsessão e sexualidade.  Os Missionários da Luz – André Luiz Perispírito – Zalmino Zimmermann - CEAK - Centro Espírita André Luiz

COMPORTAMENTOS QUE MARCAM NEGATIVAMENTE O PERISPÍRITO

Há dois comportamentos que marcam negativamente o perispírito e que provocam as doenças cármicas: um deles, é a consciência culpada, tanto pelo mal que fizemos – a nós e/ou aos outros –, como pelo bem que deixamos de fazer (quando está nas nossas mãos realizar o bem e por egoísmo ou comodismo, optamos por não o fazer); o outro, é o desejo de continuar doente.
Há pessoas que querem ficar ou continuar doentes, como uma maneira de substituírem a carência afetiva que sentem. Esta atitude vai marcar fortemente o perispírito, fazendo com que essa marca passe para outras vidas, onde o atual desprezo pela saúde, será resgatado pelo desejo de poder recupera-la.
 “Mas não há nada que se possa fazer para suavizar as doenças cármicas?” E a resposta é um rotundo sim! Vejamos quais são então os meios de que dispomos para isso:
A - aceitar a doença com uma resignação ativa, ou seja, fazendo um esforço constante para superar ou amenizar as limitações desta, quer sejam físicas ou psíquicas;
B- nunca nos revoltarmos;
C- trabalhar a favor do próximo – o Mestre Jesus assegurou-nos há mais de dois mil anos que “o amor cobre a multidão de pecados” e assim, compreendemos que fazer o bem incondicionalmente é uma excelente maneira de suavizarmos as nossas dívidas do passado e de amenizarmos as marcas no nosso perispírito.
O que podemos dizer é que toda doença é a manifestação, no corpo físico, de um desajuste no corpo perispiritual, desajuste esse que pode ser de ordem emocional, social, psíquica, obsessiva (por obsessão), etc. Uma vez que haja tal desajuste, haverá um enfraquecimento do corpo que não conseguirá mais combater os agentes infecciosos aos quais todos nós estamos expostos, mas que afetam somente alguns.
Daí advém a doença física que só aparece em função de vírus e bactérias, mas que já estava instalada no perispírito por motivos mil, inclusive por motivos consciênciais que podem vir de outras vidas.
Ora, a missão da Doutrina dos Espíritos é precisamente essa: esclarecer, iluminar a mente do homem, de modo que ele descortine, com clareza, o roteiro que o conduzirá à realização do destino maravilhoso que lhe está reservado.   A finalidade da Doutrina Espírita é despertar na Humanidade as forças do bem, completar a obra de Jesus, regenerando os homens, ligando o mundo visível ao invisível, preparar a Terra para o advento da verdadeira era de fraternidade. 

Faz-se necessário, portanto, compreender que o verdadeiro espírita, assim definido, é aquele que vivencia o Evangelho, ou que se esforça para tal.



[1] Não pode ser tocado ou medido.
[2] Suas qualidades etéreas: etéreo é algo imponderável 

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