MEDIUM DE SUSTENTAÇÃO

Merece, este, um capitulo especial, pois, a maioria dos médiuns de sustentação não reconhece, ou não sabe o seu valor, não só na tarefa mediúnica, como também em qualquer atividade espirita. 

Como carreador de correntes vibratórias, é tão importante para a realização dos fenômenos mediúnicos como o é, o médium ostensivo. 

Sobre o médium de sustentação,  Allan Kardec afirmou ser impossível a manifestação espírita, sem a sua presença. Médiuns somos todos nós, em maior ou menor grau de consciência, ou lucidez.

"Toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium. (...) Usualmente, porém, essa qualificação se aplica somente aos que possuem uma faculdade mediúnica bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva." Livro dos Médiuns, Cap. XIV, OS MÉDIUNS, item 159

 Esse tipo de mediunidade é chamado também, de mediunidade ostensiva.

O verbo sustentar significa, dentre outros, suster, apoiar; impedir de cair, de vacilar, amparar..., e no vocabulário espírita, o termo foi criado para facilitar didaticamente o entendimento acerca do papel do médium de sustentação. Podemos designar por meio da denominação “médium de sustentação”, todo aquele que, por não apresentar a mediunidade ostensiva, pode funcionar como dínamo de vibrações, garantindo, assim, a sustentação da corrente mediúnica.  

Como ser um médium de sustentação eficiente?

”Ninguém é neutro no campo de emissores mentais e todo pensamento emitido se reúne e se soma ao geral, determinando os rumos do intercâmbio”. Quem nos disse isso foi Roque Jacinto, escritor espirita.

As instruções seguintes são de André Luiz:

“mantenham harmoniosa união de pensamentos, oferecendo base às afirmativas do dirigente ou dialogador”. 

“Dispensem simpatia e solidariedade para com os comunicantes como se fossem parentes queridos”. “Não perpassem em suas mentes ideias de censura ou crueldade, ironia ou escândalo”.

(...) “permanecer vigilante e calmo, evitar o sono, acompanhar a condução do dirigente e atuação dos médiuns ostensivos, auxiliando-os com suas vibrações, preces e até mesmo na orientação a ser dada a determinadas entidades, quando o esquema da reunião o permitir e sempre com a anuência prévia do dirigente”.

E Hermínio Miranda completa esse quadro de instruções com uma advertência das mais importantes:

“Os assistentes não devem se envolver mentalmente na conversa a ponto de interferir no difícil diálogo entre o doutrinador e o Espírito”.

Mesmo sendo menor sua participação sob o ponto de vista do fenômeno, a sua contribuição é constante e de suma importância, para a efetivação de toda tarefa mediúnica. EMMANUEL. Pensamento e Vida, p. 40. 42 Idem. Roteiro, p.119-120.

 Faz-se necessário ressaltar que, numa reunião mediúnica, a sustentação tem um papel primordial para que o plano espiritual possa usar os recursos em beneficio do êxito do trabalho que depende, segundo André Luiz, “da colaboração de todos os componentes do grupo”.

Vamos transcrever um trecho do livro Nos domínios da Mediunidade de A. Luiz:

Vários ajudantes de serviço recolhiam as forças mentais emitidas pelos irmãos presentes, inclusive as que fluíam abundantemente do organismo mediúnico. (...) 

Esse material - explicou-me ele, bondosamente, representa vigorosos recursos plásticos (que tem a propriedade de serem moldados, ou, manipulados)  para que os benfeitores de nossa esfera se façam visíveis aos irmãos perturbados e aflitos ou para que materializem provisoriamente certas imagens ou quadros, indispensáveis ao reavivamento da emotividade e da confiança, nas almas infelizes. 

Com os raios e energias, de variada expressão, emitidos pelo homem encarnado, podemos formar certos serviços de importância para todos aqueles que se encontrem presos ao padrão vibratório do homem comum, não obstante permanecerem distantes do corpo físico.

(...) Alexandre chamava a si um dos diversos cooperadores que manipulavam os fluidos e forças recolhidos na sala. (...) Em todos os serviços, o material plástico recolhido das emanações dos colaboradores encarnados, satisfez eficientemente. Não era mobilizado apenas pelos amigos de mais nobre condição que necessitavam fazer se visíveis aos comunicantes, era empregado, também, na fabricação momentânea de quadros transitórios e de ideias-formas, que agiam beneficamente sobre o ânimo dos infelizes, em luta consigo mesmos.

É imprescindível a formação intelectual e moral dos participantes de uma reunião mediunica, com base na Doutrina Espírita, uma vez que, mediunidade sem Evangelho pode reduzir-se tão somente a um fenômeno. O médium de sustentação esclarecido de suas responsabilidades deve, incessantemente, implementar sua formação evangélico-doutrinária. 

Na questão 204 de "O Consolador", é perguntado a Emmanuel se a alma se elevará para Deus, tão-somente, com o progresso moral, sem os valores intelectivos, à qual responde que 

“o sentimento e a sabedoria são as duas asas com que a alma se elevará para a perfeição infinita”. 

FRATERNALMENTE, CIBELE

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

Lista de livros onde vocês poderão encontrar referencias sobre os assuntos abordados nesta sequencia de estudos sobre mediunidade. Bom proveito!

ANDRÉ LUIZ (Espírito). Nos Domínios da Mediunidade. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Rio de Janeiro: FEB, 1985. 14ª ed.

Desobsessão. Psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. Brasília: FEB, 1987. 9a ed.

Conduta Espírita. Psicografado por Waldo Vieira. Rio de Janeiro: FEB, 1987. 13a ed.

Missionários da Luz. Psicografado por Francisco Cândido Xavier Brasília: FEB, 1987. 20ª ed. No Mundo Maior. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Brasília: FEB, 1988.

EMMANUEL (Espírito). Pensamento e Vida. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Rio de Janeiro: FEB, 1982. 6a ed.

Seara dos Médiuns. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Brasília: FEB, 1983. 4a ed.

EMMANUEL et al. Instruções Psicofônicas. Psicofonia de Francisco Cândido Xavier. Brasília: FEB, 1995. 7a ed. FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA.

Pérolas do Além (Extratos de Obras Mediúnicas). Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Brasília: FEB, 1987. 4a ed. FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA.

Estudo e Educação da Mediunidade – Módulo 3 – Roteiro 4 – Concentração Mediúnica. Brasília: FEB.

O Livro dos Médiuns. Trad. Guillon Ribeiro. São Paulo: Instituto de Difusão Espírita, 1978. 39a ed.

MIRANDA. Hermínio C. Diálogo com as Sombras; teoria e prática da doutrinação. Brasília: FEB, 1995. 9ª ed.

Orientação ao Centro Espírita. Brasília, FEB, 1996. 4ª ed.

PIRES, José Herculano. Mediunidade (Vida e Comunicação): Conceituação da Mediunidade e Análise Geral dos seus Problemas Atuais. São Paulo: Editora Cultura Espírita, Edicel Ltda. 1984. 5ª ed.

SCHUBERT, Caldas Suely. Obsessão/Desobsessão. Brasília: FEB, 1995. 10ª ed.

UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA. Mediunidade. Série Evangelho e Espiritismo, v. 6. Belo Horizonte, 1983. UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA. Apostila do Estudo Minucioso do Evangelho, unidades I – II. Belo Horizonte, 2002.

VIANNA DE CARVALHO (Espírito). Médiuns e Mediunidade. Psicografado por Divaldo Franco. Niterói/RJ: Ed. Arte e Cultura, 1991, 2ª ed.