Dialogos E Dialogadores Da Reunião Mediúnica.

Esta afirmativa encontrada no livro dos médiuns deixa claro que a mediunidade é uma disposição natural do organismo, portanto, biológica e que todos a temos em graus diferentes de manifestação. A mediunidade independe das condições morais do indivíduo e embora não seja moral, é a moral do médium que responde pelo seu uso.
É preciso estar ciente,
principalmente, de que a (...) mediunidade é coisa santa, que deve ser
praticada santamente, religiosamente.
KARDEC. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVI, Item 8 e 10.
A
maioria das pessoas tem inspirações e intuições e outros podem ter uma sintonia
tão profunda com outras mentes desencarnadas, que suas palavras e ações se
modificam. Não é raro termos em nossas famílias ou algum conhecido que de vez
em quando, apresente um estado alterado de consciência, a ponto de falar e
fazer coisas que normalmente não diria ou faria e, a família ficar sem ação.
Este estudo poderá colocar alguma luz nesta situação, mas, seu proposito primeiro,
é a orientação dos médiuns e dialogadores da reunião mediúnica.
O trabalho de dialogar com os Espíritos pode
ser comparado ao atendimento feito em um hospital, no qual o dialogador tem
papel de enfermeiro ou médico dedicado, que trata com amor e respeito os
enfermos que aí comparecem, procurando exercer com zelo seu papel e assim, como
num hospital existem remédios, aparelhagem adequada, silêncio e outros
instrumentos indispensáveis ao socorro daqueles que sofrem, também no grupo
mediúnico serão preparados os recursos de assistência aos enfermos da alma.
O DIALOGO NA
REUNIÃO MEDIÚNICA (RM)
É a técnica espírita
de ajudar espíritos através
do esclarecimento, do passe e das energias de amorosidade que deve fazer
parte do ambiente da reunião. Quando dizemos “espíritos”, nos referimos ao
conjunto espirito e seu envoltório (o perispírito). Se nos referirmos a um
encarnado, Kardec orienta chamamos o espirito de “alma”, apenas para distinguir
uma situação e outra. Agora, atente para esta questão:
Doutrinar é diferente de dialogar. Doutrinar é catequese,
pregação.
Dialogar é conversar, falar
alternadamente. Manter
entendimento visando solução de problemas.
“Há grande diversidade
entre doutrinar e evangelizar. Para doutrinar, basta o conhecimento intelectual
do espiritismo; para evangelizar é necessário a luz do amor no íntimo. Na
primeira, bastarão a leitura e o conhecimento; na segunda é preciso vibrar e sentir
com o Cristo “ Emmanuel
Estar um espirito
comunicante, numa reunião mediúnica para falar sobre seus dramas, é o
resultado de um longo trabalho empreendido pela espiritualidade. Se o
dialogador negligenciar essa tarefa, não mantendo o habito do estudo de si
mesmo e do evangelho, este, estabelecerá um diálogo sofrível, meia sola, mais
ou menos... É uma grande irresponsabilidade que será contabilizada na sua
consciência.
POR QUE DIALOGAR?
Confundido pelas lições
recebidas das religiões tradicionais, o Espírito não encontra no Além, aquilo
que esperava: nem céu, nem inferno, muito menos o repouso até o juízo
final, ele encontra a dura realidade espiritual fundamentada na existência da lei de causa e efeito, onde
cada qual se mostra como é, sem disfarces, falsas aparências ou o verniz social
e, muitas vezes ainda, cheios de condicionamentos materiais por que a
morte não tem o poder de transformar ninguém.
Em desalinho mental, tais Espíritos repelem ou, sequer percebem a ação mais direta dos
orientadores desencarnados, razão pela qual, requerem um contato com os
encarnados. Por ainda se encontram ligados aos fluidos densos da matéria, as
emanações ectoplásmicas próprias da sessão mediúnica lhes permite o diálogo, então, o diálogo com os desencarnados torna-se
uma necessidade por ensinar-lhes
o caminho do bem e do perdão, despertando-os para a necessidade de renovação
espiritual, ajudando-os a descobrirem o caminho para
a sua libertação, dando uma apressadinha no seu progresso espiritual.
DIALOGAR COM OS ESPÍRITOS
NÃO É TAREFA FÁCIL.
Além dos conhecimentos
doutrinários desenvolvidos, o indispensável no
momento do diálogo, são a empatia e o amor que
acompanham as virtudes da paciência, bondade, humildade e
tolerância. Com esses valores, poderá o dialogador, enfrentar os casos
mais difíceis.
Segundo observa André Luiz,
a pessoa envolvida nessa tarefa não pode esquecer que a Espiritualidade Superior confia
nela e dela aguarda o cultivo dos atributos mencionados. Seja qual for
o rumo da conversação mantida com o Espírito comunicante, não podemos esquecer
que não
falamos com os mortos, mas com individualidades vivas, cuja
alma traz as marcas de uma vida desregrada, de uma enfermidade difícil, de
relacionamentos de ódio e perseguição ou, às vezes, expulsas do corpo pelas
portas do suicídio, da loucura, do aborto e do homicídio.
De outras vezes, comparecem
desesperadas, sem saber para onde ir, descrentes, céticas, revoltadas e
inconformadas com a própria situação.
A EFICIÊNCIA DO DIALOGADOR DEPENDE DE
AMOR E HUMILDADE
O dialogador que se julgar
capaz de esclarecer por si só comete
um grande equivoco, pois, sua eficiência depende sempre da humildade em
reconhecer a necessidade de ser auxiliado pelos bons Espíritos, sem
atitudes piegas (apelo excessivo à comoção) e melosas. Muitas vezes o diálogo exige
atitudes enérgicas. Não ofensivas nem agressivas, mas firmes e imperiosas.
AUTORIDADE MORAL. Diz-nos Kardec e os
espíritos de luz, que a verdadeira superioridade é a moral, a única autoridade que pode barrar os Espíritos
inferiores que, ao sentirem-na, se submetem a ela em virtude do magnetismo de
quem a possui. Como adquiri-la? Sendo sempre corretos em nossas intenções e em
nossos atos, em todos os sentidos.
O BOM
DESEMPENHO DO DIALOGADOR COMPREENDE:
ACOLHER sem preconceito ou julgamento. Ouvir com a ALMA, sem
ansiedade ou tentativa de convencimento. Imagine que o Espírito é seu
filho ou alguém que você ama. Ele esta sofrendo e você vai dar seu colo.
DURAÇÃO: Não há regra fixa. Menos de dez minutos para não cansar o
médium e não tomar o lugar de outro dialogo. Mediúnicas de desobsessão
utilizam critérios próprios devido a um maior numero de atendidos. O dialogador
só deve atender um espírito de cada vez, para que possa usar sua intuição.
CONTROLE DA
CURIOSIDADE: Apenas pergunte o que o ajudará a ajudá-lo. Não parta para
conselhos ou lição de moral e mostre que você o entende e quer ouvi-lo. Conscientize-se
de que cada Espírito é uma história, então não há diálogo padrão.
PROCEDIMENTO: Lembre-se que nem todo espírito é espírita, ou acredita em
Deus. Converse sempre de olhos abertos, atento ao médium. No caso de
gestual mais agressivo, chame pelo médium e solicite cooperação do
dirigente. Seja sempre sincero. Mesmo que decore frases ou textos, a
palavra deve sair do coração, como uma prece e certifique-se do estado do
médium após o término do diálogo.
INTUIÇÃO: UMA DIREÇÃO
A intuição vai orienta-lo sobre
como conduzir um diálogo proveitoso para ambos. Mas, como identificar a
Intuição? Experiência!
Com o tempo
irá percebendo através de imagens mentais ou ideias, os quadros
mentais da situação que desvendam o que o espírito passou, ao qual
ainda se encontra hipnotizado pelo passado. A intuição o ajudará a direcionar
as perguntas e ou, as sugestões a fazer ao desencarnado.
Sua eficiência como
dialogador da RM depende de humildade e de entender que as
ideias que surgem durante o diálogo, não são suas e sim um auxilio dos bons
espíritos. O dialogador que não compreende esse
princípio precisa de esclarecimento, para lidar com sua vaidade e pretensão.
Vaidade e presunção, prejudicam nossa autoridade moral.
ATENÇÃO: Na avaliação final cheque com o coordenador e o
psicofônico, o que acharam da sua atuação, se em algum momento sua abordagem
poderia ter sido mais eficiente e peça sugestões sem se preocupar com a critica, que deverá ser construtiva.
Acolha a orientação com humildade, pois são para o seu bem e o da
tarefa desempenhada pelo grupo.
RESULTADOS DO DIÁLOGO PARA
OS ENCARNADOS
“O Diálogo equilibrado e
amoroso, modifica a nós mesmos e aos outros; abre as mentes para a percepção da
realidade que nos escapa devido ao apego à ilusão das nossas pretensões
individuais, geralmente mesquinhas”.
“... desaparecem doenças-fantasmas,
empeços obscuros, insucessos, além de obtermos, com o seu apoio espiritual,
mais amplos horizontes ao entendimento da vida e recursos morais inapreciáveis
para agir, diante do próximo, com desapego e compreensão". .André Luiz
RESULTADOS DO DIÁLOGO
PARA OS DESENCARNADOS
Abre para os desencarnados
um novo panorama de vida, onde novas atividades se descortinam, com
possibilidades de trabalho, felicidade e progresso.
- Se empedernido,
mostrar-se-á tocado e sensível aos ensinamentos cristãos, buscando nova forma
de encarar a vida;
- Se revoltado mostrar-se-á
submisso à Lei suprema, que não é injusta com ninguém;
-Se odioso observará em si
mesmo as consequências de sua semeadura infeliz e procurará dominar seus maus
sentimentos;
- Se desesperado notará novas
possibilidades de alcançar a paz através do trabalho e da fé ativa.
RELACIONAMENTO MEDIUM DIALOGADOR
Esse relacionamento precisa
ser impecável, honesto, correto, sem mácula e isso significa que médium e
dialogador devem estimar-se e respeitar-se. Uma estima sem servilismo e sem
fanatismo, e respeito sem temores e sem reservas íntimas.
Quando o relacionamento
médium-dialogador é imperfeito ou sofre abalos mais sérios, põe-se em risco a
qualidade do trabalho mediúnico. A razão é simples e óbvia: o espírito manifestante trabalha
com os elementos morais, intelectuais, espirituais e psíquicos que encontra no
médium.
Se existe ali, alguma
reserva com relação ao dialogador, ou pior ainda, alguma hostilidade mais
declarada, é claro que a sua energia negativa estará presente e contaminando a
mente do comunicante.
QUESTÃO RELEVANTE: é a dos danos físicos,
emocionais e espirituais, que pode causar ao médium, um atendimento feito de
forma incorreta. Tocar no médium no transcorrer da comunicação, é um hábito
inconveniente não somente no sentido ético, promove no sensitivo uma irritação
desagradável, podendo em alguns casos, danificar a sua aparelhagem mediúnica e
nervosa. [1]
Sob nenhum pretexto o médium deve ser contido fisicamente pelo
dialogador. No caso de agitação excessiva do médium, não é a força física, e
sim a psíquica que atua efetivamente para controlar os impulsos descontrolados
da entidade comunicante, refletidos no comportamento do medianeiro.[2]
Depois do atendimento ao sofredor o dialogador deve
transferir, de imediato, a sua atenção para o médium. Não raro o médium, para
se reajustar depois do estado de transe, necessita de uma transfusão de
energias que deve ser feita através dos passes magnéticos para evitar por
exemplo, uma dor de cabeça insuportável que também pode ocorrer se o médium em
transe for tocado.[3]
Por esse e outros, o
dialogador deverá, para sua própria paz de consciência no cumprimento do seu
planejamento reencarnatório, se esforçar
para melhorar cada vez mais seu desempenho no atendimento fraterno ao enfermo
espiritual.
1-
A
RECEPÇÃO DO COMUNICANTE.
É na recepção que as coisas
podem se complicar, de vez!
Por exemplo: normalmente se
diz:
Boa noite meu irmão, seja
bem vindo a essa casa de oração.
Podemos dizer isso? Pode
ser que o espirito não esteja no mesmo tempo nosso.
Se ele desencarna num
processo traumático, num sol a pino, ele guarda essa imagem, ainda que não se
lembre do desenrolar do fenômeno biológico conhecido como morte, ele lembra que
era dia e não, noite.
Porque nós não fomos e geralmente não somos preparados
para enfrentar a morte, esse acontecimento vai para o arquivo do inconsciente
do desencarnado.
Ele esconde isso de si mesmo e então, só se lembra do
que ocorreu um pouquinho antes do desencarne, porque ele quer ser salvo
da morte, então, rejeita a realidade na esperança de que aquela
situação ainda possa ser mudada.
Ai o dialogador vem e diz boa noite? Pode ser que o
espirito esteja tão perturbado que nem perceba que o dialogador fez alguma
referencia a tempo.
Meu irmão.
Já que o espirito não falou nada, como eu sei que ele
é irmão ou irmã?
Se ele se identifica com o sexo masculino, violento e
for chamado de irmã, poderá reagir negativamente a essa referencia. Geralmente os
espíritos que aparecem agressivos são masculinos, mas, nem sempre. Também
poderá responder que não é seu irmão, nem seu amigo e poderá dizer:
– Você nem me conhece!
Nessa casa de oração.
E se ele for ateu? E se seu profeta não for Jesus?
Se referimos à
“casa espirita” e ele tiver preconceito. Isso tudo pode causar transtornos. Então,
como nos dirigirmos a um espirito comunicante em desequilibrio?
No livro "Desobsessão" de André Luiz, ele
diz que o atendimento aos espíritos deve ser feito como se estivéssemos num
hospital. Quando o paciente chega em estado grave num hospital, os médicos
partem logo para o atendimento e no nosso caso, o mais adequado seria Ir direto
ao assunto, dizendo: olá, em que posso te ajudar? Qual é o seu
problema?
Este é um bom começo e tudo vai depender da
peculiaridade de cada atendimento e da percepção de cada dialogador, que deve adquirir o hábito de primeiro ouvir o que diz o comunicante
para iniciar o diálogo, num tom de voz natural, de forma coloquial, não tendo a preocupação de se fazer ouvir por
todos os componentes do grupo.
Não esquecer que se está conversando com um indivíduo sem um corpo
físico mas, com reações psicológicas semelhantes às daqueles que ainda estão
encarnados, precisando, naquele instante, de atenção especial. Momento em que
não se deve prescindir de transmitir tolerância, compreensão e otimismo, para a
superação das suas dificuldades na transição
para além da sepultura.
2: OUVIR A HISTÓRIA.
Se ele não quiser falar, é a hora de fazermos
perguntas para descobrir a causa do seu problema. Se o foco do problema não
estiver claro, o dialogador deve usar a ferramenta,
"perguntas".
Pode começar perguntando se ele se lembra de quando
tudo começou. Se ele pode dizer o que o está incomodando. Se ele está sofrendo. Que
ninguém merece sofrer tanto. Que as coisas que a gente faz trazem
consequências, mas que todos fomos criados da mesma fonte de amor, que é
chamada de Deus, e que neste momento esse criador, Pai, está olhando para ele e
quer aliviar sua dor.
Que é justamente o afastamento dessa fonte de amor,
que causou toda a sua dor. Que essa é uma verdade universal e que ele
poderá sentir agora um pouco desse amor. É hora da equipe de sustentação agir
com mais eficácia, e através do passe acalmar o comunicante.
Nunca dizer que ele
está errado, tipo: tem que mudar, tem
que aceitar Jesus e Deus; tudo isso é muito abstrato para quem está em situação
de descontrole emocional, justamente por ter vivido de forma contraria ao que
Jesus ensinou. Desnecessário explicar a razão do sofrimento atual
trazendo à baila o comportamento incorreto durante a existência carnal, porque
isto tem o efeito de um ácido a queimar as fibras íntimas da criatura
sofredora.
Jesus não se impõe. Ele surge de mansinho, junto com o
amor e vai crescendo lentamente, conforme crescermos espiritualmente. Assim,
neste caminho amoroso e compreensivo vamos descobrindo a causa de sua dor e
então, podemos passar para a próxima etapa.
3: PROPOSTA DE TRATAMENTO E ALIVIO DAS DORES.
Sugerir que seja acompanhado até uma de nossas escolas
de aprendizagem, ou hospital, ou de encontrar amigos ou pessoas em quem possa
confiar...
Se as coisas não estão bem do jeito que anda vivendo,
quem sabe, uma mudança possa melhorar sua vida? Se ele não gostar de lá, das
escolas de reabilitação esprritual, poderá voltar para onde se sinta melhor, mas
que aproveite a oportunidade. Se ele confiar em você e sentir que é uma boa
escolha, passaremos para a ultima etapa.
4: ENCAMINHAMENTO
PARA OS LOCAIS DE TRATAMENTO.
Poderemos dizer que estão ao seu lado, se ele
ainda estiver lucido, (pois as energias de amor costumam causar sonolência,
torpor, e até anestesiamento de tão bom que é), que estão ao seu lado amigos do
bem que vão auxilia-lo, ou enfermeiros, ou professores, ou até mesmo anjos,
conforme o contexto do diálogo.
Que ele vá em
paz e confiante, e que tenha a certeza de que fez a melhor escolha.
DURANTE
O DIÁLOGO:
Vamos nos deparar com
algumas dificuldades, a saber: Tentativa
do espirito em desviar a atenção usando Ironia;
Fuga às perguntas;
Resposta com outras perguntas;
Envolver todo o grupo na conversa;
Fazer gracejos para
provocar risos;
Estabelecer diálogo com
outro dialogador;
Captar os pensamentos dos demais trabalhadores; que pensam em
intervir; Tentativa de penetrar o psiquismo alheio.
AMEAÇAS:
“Vamos botar fogo nesta
casa”
“Como você quer morrer?”
“Tenho ordens do chefe para acabar com você”
Das ameaças, destacaremos duas:
“Eu lhe conheço não é de
agora”! “Você não é este santo que diz ser”!
O que fazer? Neste caso,
devemos ter em mente, que somos falíveis sim, que estamos numa
jornada evolutiva, dando o nosso melhor ali naquele momento. Por isso, por
ainda sermos portadores de uma "sombra" vultosa, devemos agir com
amor e não com superioridade, como se fosse um santo, tendo em mente, que:
" O amor cobre a multidão dos pecados. "Este é o momento da mão amiga e não do juiz condenador. Também por isso,
a importância de zelar pela nossa conduta e manter nossa
mente em contato, e confiante nos amigos espirituais que coordenam o trabalho e
"cuidam" de nós.
TIPOS DE PSICOFÔNICOS E SUA CONTRIBUIÇÃO:
Um médium mais ilustrado
mentalmente, com maiores conhecimentos intelectuais fornece melhores recursos para
uma manifestação de teor mais erudito;
Um médium de temperamento
mais violento oferece condições mais propícias a manifestações violentas e pela
mesma razão, se existe entre médium e dialogador um vínculo mais forte de afeição, o espírito agressivo fica algo
contido, e ainda que agrida o dialogador com palavras, não consegue fazer tudo
quanto desejava.
Muitos são os
espíritos que se queixam de se sentirem “presos”, como que amarrados durante
suas manifestações, exatamente porque não logram dar vazão aos seus impulsos e
intenções, porque as vibrações
afetivas entre médium e dialogador arrefecem inevitavelmente tais impulsos.
É preciso ainda considerar,
que se o
médium realiza esse trabalho de impregnação fluídica no perispírito do
manifestante, e este também traz uma carga, não raro,
pesada e agressiva que atua energicamente sobre o perispírito do médium, haverá, portanto, certa
“contaminação” mútua, para
a qual o médium deve atentar
com toda a sua vigilância, pois, do contrário, o espírito o dominaria e
faria com ele, o que bem desejasse.
Essa contaminação, embora transitória, é demonstrada, sem sombra alguma de
dúvida, nas reações preliminares e posteriores do médium, ou seja, quando ainda se acha consciente no
corpo e depois que reassume sua consciência.
Com frequência, nossos
médiuns declaram que, ao sentirem a aproximação do espírito manifestante,
experimentam tal ou qual sensação: força, ódio, tristeza, angústia, ou amor,
paz, serenidade. Da mesma forma, os
resíduos vibratórios que permanecem na intimidade do perispírito do médium, após a desincorporação, são bastante
conhecidos, sendo necessário, quase sempre, quando são desagradáveis e
agressivos, dispersá-los por
meio de passes, a fim de que o médium se recomponha.
Quando, ao contrário, se
trata de um espírito pacificado e bondoso, o médium desperta, como
costumo dizer, “em estado de graça”, feliz, harmonizado, comovido, às vezes,
até às lágrimas. Diálogo com as
Sombras - H. Correa de Miranda - FEB - Extrato.
CONSIDERE ESTAS ORIENTAÇÕES:
Não acolha provocações e nem
se deixe levar por elogios ou ameaças.
Não
deixar o comunicante falando sozinho, nem esperando.
• Não altere a voz, não se irrite, nem
responda a altura.
• Não se submeta, nem aceite sem
examinar o que diz o comunicante.
• Evitar acusações e desafios desnecessários;
• Não discutir com exaltação tentando
impor seu ponto de vista;
• Não receber a todos como se fossem
embusteiros e agentes do mal;
• Ser preciso e enérgico na hora
necessária, sem ser cruel e agressivo;
• Evitar o tom de discurso e também as
longas preleções;
• Ser claro, objetivo, honesto, amigo,
fraterno, procurando dar ao comunicante aquilo que gostaria de receber se no
lugar dele estivesse.
Vamos estudar aqui apenas os casos mais recorrentes.
FIXAÇÃO
MENTAL
É o estado em que o comunicante, encarnado ou desencarnado,
cristaliza seu psiquismo em torno de determinados fatos, acontecimentos ou
sentimentos do passado, isolando-se do mundo externo e passando a
viver unicamente em função daquelas ideias.
Ao se afastar do corpo físico pela imposição
da morte, o espirito continuará cativo dos processos da vida inferior, com
a densidade característica da fixação mental a que se afeiçoa, em
circuito fechado sobre si mesmo, onde as vozes e os quadros dos próprios
pensamentos lhe impõem reiteradas alucinações. O espirito perde,
então, a noção de tempo e sua mente apenas enxerga esses fatos, os acontecimentos
ou sentimentos que lhe causaram profundo desequilíbrio e desarmonia interior ou seja, para ele, é como se o
tempo não tivesse passado, ficando estacionado nesta situação anos seguidos
gravitando em torno da própria perturbação, que pode perdurar durante
séculos. Nada mais ouve, nada mais vê e nada mais sente, além da
esfera desvairada de si mesmo.
O que gera o estado de fixação mental é a perturbação causada
pela ocorrência de um acontecimento traumatizante, vivenciado em
experiência reencarnatória anterior, que lhe trouxe dor e sofrimento e que
desencadeou sentimentos de ódio, paixão, ciúme ou desejo de vingança.
Devido ao seu atrasado nível evolutivo, o comunicante não consegue
vencer a luta contra a dor e o sofrimento, entregando-se à imobilização
por tempo indeterminado e vibrando unicamente em torno desses pensamentos.
Essa situação pode ser perfeitamente revertida pela
reencarnação ou por um convencimento efetivo, na reunião de desobsessão. Quando
um espirito chega a uma reunião de desobsessão, já houve, em torno dele, um
grande trabalho da espiritualidade envolvendo muitos outros espíritos e
situações de convencimento, e no momento do diálogo, é fundamental que seja
esclarecido. Em muitos casos esse momento chega a ser a culminância de longos
períodos de trabalho da espiritualidade e uma chance inestimável para o
comunicante.
Mesmo que desdenhem do acolhimento, a maior parte deles quer ser
convencida de que existe algo melhor para viver. Todos querem
uma vida de paz e felicidade. É o anseio de toda alma, e naquele momento
podemos contribuir para isso. Eis ai o grande dever do esclarecedor de estudar
e se aprimorar moral e espiritualmente.
Outros, porém, mantêm-se aferrados em suas ideias, permanecendo
recalcitrantes e inconformados. Para estes, o recurso é a
reencarnação num corpo débil, em que o choque provocado pelo ingresso
compulsório na carne poderá levá-los ao restabelecimento.
Como agir? É preciso quebrar o circulo mental e para isso devemos
procurar identificar a causa da fixação mental. Substituir as imagens
mentais deprimentes por imagens novas e positivas. Em caso de raiva,
revolta, vingança, busque acalma-lo e reviver uma lembrança boa. Tente
conectá-lo com energias de amor, como por exemplo, a lembrança da família, ou
de um momento feliz vivido em alguma época de sua existência.
Normalmente o dialogador é intuído, pelo mentor da reunião, sobre
como e quando buscar um memoria perdida.
MUTILAÇÕES
OU DEFORMAÇÕES: Via
de regra o desencarnado se apresenta fixado na forma como desencarnou. O
dialogador deve buscar liberta-los do sofrimento. Em caso de mutilação podemos
ajuda-los a recompor seu órgão plasmando uma cirurgia, medicações ou o que
intuir ser necessário. Também é uma forma mais branda de fixação mental.
O
dialogador deve buscar liberta-lo do sofrimento e em caso de mutilação, podemos ajudar a recompor órgão ou parte do
corpo mutilada, plasmando uma cirurgia, medicações, ou fazer o que lhe
for intuído. Trabalhar com sugestões e mentalizações funciona muito bem nestas
circunstancias, devido à facilidade que o perispírito tem de se
modificar conforme o pensamento e a vontade.
Alguns dialogadores, que desconhecem os problemas relacionados com
a fixação mental e sabem pouco sobre o perispírito, e não sabem inclusive
que ele é um agente plasmável conforme nossa ideação, chegam a dizer ao comunicante que ele não pode estar sentindo nada,
porque o espirito não sente dor. O que doe é o corpo físico e ele já morreu. Com
essa “informação”, ele pode destruir o trabalho da espiritualidade e a chance
de ajudar este comunicante.
Há quem convide o comunicante irônico, que chega rindo
sarcasticamente, a contar o motivo da graça para poder rir junto. Sabemos que é
uma tentativa de ser amistoso e de arrancar alguma coisa do comunicante, mas
corre o risco de cair no ridículo, não conseguir se recuperar e não
haver o diálogo. Muito cuidado! Se você quer desempenhar essa tarefa de tanta
responsabilidade, então estude. E se você está nesta função por que não há
outra pessoa que possa desempenha-la, saiba que você não está ai por
acaso. Aproveite a oportunidade para se aprimorar, ao invés de dizer que não
está ali porque quer. Você quis sim, e se esqueceu disso.
Não é tarefa fácil, mas lembre-se: o que é fácil hoje, já foi
difícil um dia.
DORES: Em caso de dor, antes
de qualquer diálogo deve-se socorre-lo. Como? Siga sua
intuição e o que ele vai falando ou demonstrando fisicamente:
Estou com frio: Diga,
estou colocando um cobertor em seu corpo e já esta esquentando.
Estou com dor na cabeça, barriga... : aqui é um pronto
socorro e o médico ao seu lado esta aplicando um analgésico que vai parar a dor ....
Estou enterrado em um
buraco, esta escuro: pegue na minha mão. Já estamos tirando você dai agora.
Estou acorrentado: Ai
devemos ter cuidado, pois pode estar amarrado pelo médium, para evitar desordens,
ou pode mesmo, serem correntes. Vamos te desacorrentar agora e você estará
livre....
PERDIDOS
OU CONFUSOS: Espíritos que desconhecem a própria situação. Certos Espíritos não têm condições de serem informados
sobre a própria morte. Não têm consciência de que estão no plano espiritual.
Não sabem que morreram e sentem-se imantados aos locais onde viveram ou onde
está o centro de seus interesses.
Deve-se procurar infundir-lhes a confiança na vida e que
ela se processa em vários estágios; que
ninguém morre (a prova disso é ele estar ali falando) e que a vida verdadeira é
espiritual. Conforme a situação, podemos sintoniza-lo com entes queridos para
conforta-lo. Caso não aconteça, convide-o a conectar-se com a casa que o está oferecendo acolhimento.

Existem aqueles que não querem falar para não deixar
transparecer o que pensam, representando essa atitude, uma defesa contra o
trabalho que pressentem (ou sabem) estar sendo feito junto deles. Entidades com
muito ódio parecem sufocadas, tendo por isto dificuldade de falar.
Neste último caso, o médium pode conseguir traduzir as
suas intenções, paulatinamente. Não há necessidade de tentar insistentemente
que falem. Ciente disso, o dialogador pode ir aos poucos
conscientizando-o de que esse problema pode ser resolvido, que era uma
consequência de deficiência do corpo físico, mas que no estado atual ele poderá
superar, se quiser com bastante fé, etc.
Nesse momento, o passe e a prece ajudam muito. Em
qualquer circunstância deve-se deixar que tudo ocorra com naturalidade, sem
querer forçar a reação por parte dos que se comunicam.
ESPÍRITOS SUICIDAS: São seres que sofrem intensamente. Quando se comunicam apresentam um
sofrimento tão atroz, que comove a todos. Às vezes, estão enlouquecidos pelas
alucinações que padecem, em virtude da repetição da cena em que destruíram o
próprio corpo, pelas dores superlativas daí advindas e ao chegarem à reunião
estão no ponto máximo da agonia e do cansaço. Aliviar-lhes os sofrimentos
através do passe.
Não necessitam tanto de
doutrinação, quanto de consolo. Estão buscando uma pausa para os seus aflitivos
padecimentos. A
vibração amorosa dos presentes, os eflúvios balsamizantes do Alto atuarão como
brando anestésico, aliviando-os, e muitos adormecem, para serem levados em
seguida pelos trabalhadores espirituais.
Dizer que sempre temos novas oportunidades e que
chegou sua vez de recomeçar uma vida nova e mais feliz. Que ninguém sofre
eternamente e o que passou deve servir de aprendizado. Não cultive o remorso,
mas, sim, a vontade firme de fazer o melhor e aproveitar a oportunidade.
ESPÍRITOS ALCOÓLATRAS
E TOXICÔMANOS: Quase sempre se apresentam pedindo, suplicando ou
exigindo que lhes deem aquilo de que tanto sentem falta. Sofrem muito e das
súplicas podem chegar a crises terríveis, delírios em que se debatem e que os
desequilibram totalmente. Sentem-se cercados por sombras, perseguidos por
bichos, monstros que lhes infundem pavor, enquanto sofrem as agonias da falta
do álcool ou do tóxico.
De nada adiantará ao
dialogador tentar convencê-los das inconveniências dos vícios e da importância
da temperança, do equilíbrio. Não estão em condições de entender e aceitar tais
tipos de conselhos. Se estiver em delírio, o passe é o meio de aliviá-lo.
Deve-se tentar falar-lhes a respeito de auto amor, que
fomos criados para sermos felizes; Que podemos lhe oferecer tratamento se ele quiser
e que temos hospitais para esse tipo de problema. E... que acima de tudo, tem o
criador de todas as coisas, o Pai de todos os seres, lhe oportunizando uma nova
chance...
ESPÍRITOS QUE DESEJAM
TOMAR O TEMPO DA REUNIÃO: São espertos e podem nos enganar por algum tempo.
Tentam alongar a conversa, têm resposta para tudo. Usam muito a técnica de
acusar os participantes, os espíritas em geral, ou comentam sobre as
comunicações anteriores, zombando dos problemas apresentados.
Observando o
seu intento, o dialogador não deve debater com eles, tentando provar a
excelência do Espiritismo, dos propósitos da reunião e dos espíritas, mas sim levá-los
a pensar em si mesmos.
Procurar convencê-los de que enquanto analisam,
criticam ou perseguem outras pessoas, esquecem-se de si mesmo, de buscar a sua
felicidade e paz interior. Dirão que estão bem, que não precisam de nada, que
são felizes, mas na verdade querem ser convencidos do contrário. Precisam
confiar em alguém forte e que sabe o que está dizendo e oferecendo e quase
nunca são esclarecidos de uma só vez. Voltam mais vezes.
ESPÍRITOS IRÔNICOS: São difíceis para o
diálogo. E, geralmente, sendo muito inteligentes, usam a ironia como agressão. Ferem
o dialogador e os participantes com os comentários mais irônicos e
contundentes. Ironizam os espíritas, acusando-os de usarem máscara; de se
fingirem santos; de artifícios dos quais, dizem, utilizam para catequizar os
incautos; de usar magia, hipnotismo, etc.
Alguns revelam que seguem os participantes da reunião
para vigiar-lhes os passos e que ninguém faz nada do que prega. Em hipótese
alguma se deve ficar agastado ou melindrado com isso. É, aliás, o que almejam.
Pelo contrário, devemos aceitar as críticas ferinas, inclusive porque
apresentam grande fundo de verdade. Essa aceitação é a melhor resposta.
A humildade sincera, verdadeira, nascida da
compreensão de que em realidade somos ainda muito imperfeitos. Tentar
defender-se, mostrar que os espíritas trabalham muito, que naquele Centro se
produz muito, é absolutamente ineficaz. Será até demonstração de
vaidade de nossa parte, visto que temos ciência de nossa indigência espiritual
e do pouco que produzimos e progredimos. E eles sabem disto.
Aceitando as acusações e sentindo, acima de tudo, o
quanto existe de razão no que falam, eles aos poucos se desarmarão.
Simultaneamente ir conscientizando-os do verdadeiro estado em que se encontram;
da profunda solidão em que vivem, afastados dos seus afetos mais caros; que, em
realidade, são profundamente infelizes eis alguns dos pontos que podem ser abordados.
Tais entidades voltam mais vezes, pois esse esclarecimento demanda tempo.
ESPÍRITOS
DESAFIANTES: Julgam-se
fortes, invulneráveis e utilizam-se desse recurso para amedrontar. Ameaçam os
presentes com as mais variadas perseguições e desafiam-nos a que prossigamos
interferindo em seus planos. Cabe ao dialogador ir encaminhando o diálogo,
atento a alguma observação que o comunicante fizer e que sirva como base para
atingir-lhe o ponto sensível.
Todos nós temos
os nossos pontos vulneráveis - aquelas feridas que ocultamos cuidadosamente,
envolvendo-as na couraça do orgulho, da vaidade, do egoísmo, da indiferença,
podem ser desvendados por eles, e também, podem ser inventadas com o objetivo de desestabilizar o
grupo.
Em geral, os obsessores, no decorrer da comunicação,
acabam resvalando e deixando entrever os pontos suscetíveis que tanto escondem.
Aparentam fortaleza, mas, como todos, são indigentes de amor e de paz. Quase
sempre estão separados de seus afetos mais caros, seja por nível evolutivo,
seja por terem sido feridos por eles.
Espíritos desse padrão vibratório, quase sempre têm
que se comunicar mais vezes. O que se observa é que a cada semana eles se
apresentam menos seguros, menos firmes e fortes que na anterior. Até que se
atinge o momento do despertar da consciência.
ESPÍRITOS DESCRENTES: Apresentam-se
insensíveis a qualquer sentimento. Descreem de tudo e de todos. Dizem-se frios,
céticos, ateus. No entanto, o dialogador terá um argumento favorável,
fazendo-os sentir que apesar de tudo continuam vivos e que se
comunicam através da mediunidade. Também poderá abordar outro aspecto,
que é o de dizer que entende essa indiferença, pois que ela é
resultante dos sofrimentos e desilusões que o atormentam. Que, em
realidade, essa descrença não o conduzirá a nada de bom, e sim a maiores dissabores e a
uma solidão insuportável.
O dialogador deve deixar de lado toda argumentação que
vise a provar a existência de Deus, pois qualquer tentativa nesse sentido não
atingirá o objetivo. Eles estão armados contra essa doutrinação e é esta
justamente a que esperam encontrar. Primeiro, deve-se tentar despertá-los para a
realidade da vida, que palpita dentro deles, e da sofrida posição em que se
colocam, por vontade própria. Ao se conscientizarem do sofrimento em
que jazem, da angústia que continuadamente tentam disfarçar, da distância que
os separa dos seres amados, por si mesmos recorrerão a Deus. Inclusive, o dialogador
deve falar-lhes que somente o Pai pode oferecer-lhes o remédio e a cura para
seus males.
“Senhor! Para a tarefa de atendimento aos espíritos
necessitados,
me apresento.
Sei que não trago no coração a perfeição dos sentimentos humanos,
mas trabalho por conquistá-la, esforçando-me na reforma intima...
Nesse valoroso momento, intermediarei os teus ensinos...
A compaixão e a bondade serão sempre metas de trabalho...
Ouve, Senhor, a minha prece e ampara-me no atendimento aos
necessitados, para que o dialogo se transforme em ferramenta de libertação e
redenção espiritual”
Praticar o Espiritismo
experimental sem estudo, é o mesmo que querer efetuar
manipulações químicas sem saber química. Allan Kardec: O Livro dos
Médiuns.
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