APRENDENDO A VENCER O PRÓPRIO ORGULHO
Amigos, estamos fazendo em nossos
encontros quinzenais, o estudo sobre as diversas faces do orgulho e como
vencê-lo, certo? Então, para otimizar nosso trabalho achamos por bem, postar
nossos estudos presenciais. O carro chefe deste estudo será o livro intitulado
“Confissão e Prece”, de Maria Clara. Luiz Guilherme Marques
(médium).
“O orgulho leva a vos crer mais do que sois; a não poder sofrer uma
comparação que possa vos rebaixar; a vos considerar, ao contrário, tão acima
dos vossos irmãos, seja como espírito, seja como posição social, seja mesmo
como superioridade pessoal, que o menor paralelo vos irrita e vos fere.” Allan Kardec - Evangelho Segundo o Espiritismo – cap. 9 it. 9
Já sabemos que o orgulho mina nossa felicidade, pois, a exaltação da personalidade leva o homem a considerar-se acima dos outros e julgando-se com direitos superiores, melindra-se facilmente com o que quer que, a seu ver, constitua ofensa a seus direitos. Concluímos então, que a importância que, por orgulho, alguém atribui à sua pessoa, naturalmente o torna egoísta e ai chegamos então, à dupla inseparável, egoísmo e o orgulho. Eles nascem de um sentimento natural: o instinto de conservação. Contidos e em justos limites, são bons em si mesmos!
Todos os instintos têm sua razão de ser e sua utilidade, porquanto Deus
nada pode ter feito inútil, portanto não criou o mal; o homem é quem o
produz, em virtude do seu livre-arbítrio. Criado simples e ignorante,
o homem se fez egoísta e orgulhoso ao exagerar no uso do instinto de
conservação.
Qual é o verdadeiro anseio de nossa alma?
A alma tem em sua essência a necessidade de viver em paz, e isto não
será possível se não nos animar um sentimento de benevolência e
indulgência contidos na caridade e na
fraternidade. Isso resume todas as necessidades da alma o que pressupõe,
abnegação, certo?
Pois bem, a abnegação é
incompatível com o egoísmo e o orgulho, logo, com esses vícios, não é possível
a verdadeira felicidade, fraternidade,
igualdade, nem liberdade, dado que o egoísta e o orgulhoso querem tudo para si.
Só nos resta, então, transformar estes vícios nas suas virtudes
correspondentes!
Como fazer isso? Para chegar até eles, vamos ter que passar por algumas
fases:
1 – CONFISSÃO: Confessar o que e para quem?
Em Tiago 5:16, encontramos: Confessai as vossas culpas uns aos outros, e
orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita
por um justo pode muito em seus efeitos.
Confessar nossas culpas a quem?
Antes de mais nada, é preciso saber o que é
culpa. Não devemos nos ater à forma terrena de entender o conceito de culpa,
uma vez que estamos lidando com as Leis de Deus. Quando Jesus reuniu toda a lei
em um único mandamento, no “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a si mesmo” estava implícito que quem agisse
de forma contrária, incidiria em culpa. As culpas, portanto, são os
pensamentos, sentimentos e ações que contrariem essa Regra Divina e toda vez
que mancharmos nossa consciência, ela nos cobrará através do
arrependimento e para curarmos essa “ferida moral interior”, teremos,
em seguida, que reparar o erro ou de beneficiar outrem. Só assim nos
sentiremos em paz. Dura realidade comprovável, facilmente, por quem já se
sentiu culpado.
Se a Lei de Deus está escrita na consciência de cada um, todos temos
condições de saber se estamos pensando, sentindo e agindo conforme a Lei
Divina, certo? É impossível relacionar todas as situações em que alguém
contraria a Lei de Amor, devendo cada qual analisar a si próprio, para
verificar como está sua posição frente à própria consciência.
Manifestam-se as culpas de milhares de maneiras diferentes, desde o
pensamento negativo até as atitudes incorretas. “Àquele a quem muito
é dado muito será pedido”. São palavras de Jesus, comprovadas vida a fora, todavia,
é necessário que se leve em conta, o nível evolutivo de cada um para a
avaliação da culpa. Quem já alcançou um nível mais elevado de compreensão, pode
Amar mais, certo? Já aqueles que ensaiam os primeiros passos na escalada
evolutiva, naturalmente, serão considerados meras crianças espirituais, vivendo
sob a tutela mais ou menos direta, dos mais evoluídos sendo, portanto, restrita
sua área de atuação.
É importante compreendermos bem, em que nível evolutivo nos encontramos
para aproveitarmos melhor este estudo, ou seja: o quanto de Amor já consigo
sentir e doar? Se já consegue Amar mais intensa e amplamente, suas faltas serão
consideradas mais graves do que se fossem menos evoluídos. Mas... Essa
situação não deve ser encarada como penosa, sacrificial, ou injusta, mas, ao
contrário. Feliz de quem pode dar, porquanto é uma situação muito melhor do que
estender a mão em pedido de socorro e “a maior glória do ser humano é
servir às pessoas! Ao maior número possível de pessoas!”
Não se aflija com seus erros! Com eles aprendemos a
identificar o que é realmente mau e o que representa mera adequação às
Leis da Natureza. Cada um deve investigar sua própria consciência e aprender a
proceder conforme seu nível evolutivo. Por exemplo: a sexualidade. Muitos se
culpam pelo exercício da sexualidade enquanto que há outros tantos que se
entregam ao desalinho moral, ficando ambos os tipos, em cada um dos extremos:
Da autopunição indevida e da devassidão, portanto, cultivando culpas mesmo que
ainda a nível inconsciente!!! Isso é sério. A nossa natureza divina ou essência
de cada um, se ressente e dai vem o vazio existencial inexplicável e impreenchível pelos caminhos do
mundo material!!!
Se nos encontramos sempre no serviço do Bem, saberemos a dose certa do
sentir e estaremos no caminho da felicidade possível, para o nosso grau
evolutivo. “O melhor da caminhada é a própria caminhada”! É ai que as
coisas acontecem!
Assim, sem auto cobrança estressante, vivamos em paz com nossos
semelhantes, auxiliando no progresso de todos, aperfeiçoando-nos em inteligência
e em espiritualidade que as culpas irão se diluindo com esse investimento no
Bem, tal como a água corrente vai limpando a sujeira de qualquer superfície
barrenta pois, “O Amor cobre a multidão dos pecados.”
Mas e a confissão? Para que e para quem?
A confissão, em primeiro lugar, deve ser feita em nossa alma, a fim de nos
libertarmos das mentiras que nos afastam de nós mesmos! Quanto mais nos
distanciamos, mais inseguros e vulneráveis nos tornamos.
Depois, essa confissão, natural e espontaneamente, será feita em publico,
pois esse é o certificado final de nossa libertação das amarras do ego.
Quanto à confissão, é interessante relatar duas realidades que ocorrem no
mundo espiritual: Camilo Castelo Branco, no seu livro “Memórias de um Suicida”,
relata que faz parte do tratamento de suicidas seu desnudamento moral perante
numerosa assembleia, através do sistema audiovisual e André Luiz afirma que os
Orientadores Espirituais de Nosso Lar atendem os Espíritos em duplas e não um
de cada vez.
Verifiquemos
que os modernos tratamentos de terapia de grupo, seguidos, inclusive, pelos
Alcoólicos Anônimos e outros igualmente notáveis, são uma aplicação da ideia da
confissão, divulgada inicialmente pelo apóstolo Tiago.
Os Espíritos que superaram as inferioridades do ego e suas respectivas sombras
e mascaras, têm coragem suficiente para confessar suas culpas, mesmo quando
consequências graves possam advir. Já os medianos e os primitivos
procuram se preservar, com receio da perda de prestígio e de vantagens
materiais, no entanto, essa conquista é lenta e gradual e é normal temermos os
desdobramentos de uma confissão em publico e ou, perante pessoas que não nos
querem bem.
Buscamos no momento atual de nossa evolução, a felicidade possível, que
seja compatível com nosso nível de consciência e não achamos aconselhável, se
desnudar perante adversários se não tivermos a certeza de que superamos nosso
orgulho. Com este estudo não estamos incentivando atitudes impensadas, e sim,
mostrando a necessidade de sermos verdadeiros e fieis à nossa consciência, condição
única para a conquista do auto amor e consequente amor ao próximo.
Como cada um se encontra em um degrau evolutivo diferente, sua consciência lhe cobrará conforme seu nível de progresso intelecto-moral. Não é necessário escrevermos mais do que isto para mostrar o que significa a expressão “culpa”, que alguns chamam de “pecado” ou expressão equivalente.Todavia, apesar de tentarmos esconder nossas falhas morais, nossos adversários as reconhecem facilmente! Bom saber, né?
Espero que este estudo seja útil!
Com carinho,
Maria Cibele Moreira Pinto
Adorei...importante para minha reflexão e compreensão da carta de Tiago.Obg. Que Deus sempre ilumine......
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