ESPIRITISMO E MEDIUNIDADE



Com o objetivo de recordar alguns aspectos fundamentos da Doutrina Espirita e darmos continuidade ao estudo da mediunidade com maior embasamento doutrinário, faremos uma breve revisão sobre os princípios que fundamentam  nosso estudo sobre a Mediunidade e seu uso consciente.

O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo.
A partir de então,   

[...] Este mundo se mostra não mais como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domínio do fantástico e do maravilhoso.

[...] O Espiritismo é a chave com o auxílio da qual tudo se explica de modo fácil.  O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap.. I, item 5, p. 56-57. KARDEC, Allan

2. O OBJETIVO DO ESPIRITISMO,

É o conhecimento das leis do princípio espiritual. Ora, como este princípio é uma das forças da Natureza a reagir, incessantemente, sobre o princípio material e reciprocamente, segue-se que o conhecimento de um, não pode estar completo sem o conhecimento do outro.

O Espiritismo e a Ciência se completam reciprocamente, a Ciência, sem o Espiritismo, se acha na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria; ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 46. ed. Rio de Janeiro: FEB,2005. Cap. I, item 16, p. 21.

O tríplice aspecto da Doutrina Espírita

O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; Como filosofia, ele compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações.
Assim, consoante as palavras de Kardec, temos:
a) científico – concernente às manifestações dos Espíritos;
b) filosófico – respeitante aos princípios, inclusive morais, em que se assenta a sua doutrina;
c) religioso – relativo à aplicação desses princípios.

Constituírem tais princípios uma ordem inteiramente nova de ideias que surge e da qual não pode deixar de resultar uma profunda modificação no estado da Humanidade e compreendem igualmente que essa modificação não pode deixar de operar-se no sentido do bem.  O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 84. ed. Rio de Janeiro:FEB, 2003. Conclusão VI, p. 484.

Em suma, concluímos com Emmanuel: 

Podemos tomar o Espiritismo, simbolizado   [...]  como um triângulo de forças espirituais.  A Ciência e a Filosofia vinculam à Terra essa figura simbólica; Porém, a Religião é o ângulo divino que a liga ao céu.

No seu aspecto científico e filosófico, a doutrina será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos, de natureza intelectual que visam o aperfeiçoamento da Humanidade.

No aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus-Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual.  O Consolador. Definição, p. 19-20.

FUNDAMENTOS DA MEDIUNIDADE

Deus e sua Criação: 

Que é Deus? Principio inteligente da criação e causa primeira de todas as coisas. Deus é Eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom. Criou o Universo, que abrange todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais.
Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, o mundo invisível ou espírita, isto é, dos Espíritos.

O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo.

O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou  não ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita.
Isso quer dizer que o mundo real, é o espiritual e que somos espíritos vivendo um experiência material, com objetivos educativos e evolutivos. Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja destruição pela morte lhes restitui a liberdade. Entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos [...].

A alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório. Há no homem três aspectos:
1º, o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital;
2º, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo;
3º, o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito. [...] O laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório semimaterial.

A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro.

O Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, porém que pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede no fenômeno das aparições. O Livro dos Espíritos. Introdução, item VI, p. 23. p. 23-24.
O Espírito: O Espírito não é, pois, um ser abstrato, indefinido, só possível de conceber-se pelo pensamento. É um ser real, circunscrito, que, em certos casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tato. A Alma é que não pode ser vista. O espirito é formado de Alma e Perispírito juntos. Quando vemos um Espirito, não vemos sua alma e sim a aparência de seu Perispírito, ok?

Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em inteligência, nem em saber, nem em moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem: são os anjos ou puros Espíritos.

Os das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria, eivados das nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc.  

Diferentes graus de hierarquia espírita

Os diferentes graus de hierarquia espírita acontecem por meio da encarnação, que é imposta a uns como expiação, a outros como missão. A vida material é uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a absoluta perfeição moral.

Deixando o corpo, a alma volve ao mundo dos Espíritos, donde saíra, para passar por nova existência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual permanece em estado de Espírito errante.  Tendo o Espírito que passar por muitas encarnações, segue-se que todos nós temos tido muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na Terra, quer em outros mundos.4

A encarnação dos Espíritos

A encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana e  seria erro doutrinário, acreditar- se que a alma ou Espírito possa encarnar no corpo de um animal e as diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca regressivas. A rapidez do seu progresso depende dos esforços que faça para chegar à perfeição. [...]

Os Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do Universo e os não encarnados ou errantes não ocupam uma região determinada e circunscrita, estão por toda parte no espaço e ao nosso lado, vendo-nos e acotovelando-nos de contínuo.

População invisível.

As relações dos Espíritos com os homens são constantes. É toda uma população invisível, a mover-se em torno de nós. Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento. Constituem uma das potências da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então inexplicados ou mal explicados e que não encontram explicação racional senão no Espiritismo.

Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal; é-lhes um gozo ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a eles.

As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As ocultas se verificam pela influência boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia. Cabe ao nosso juízo discernir as boas das más inspirações. [...] Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou mediante evocação. [...] Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a natureza moral do meio que os evoca.O Livro dos Espíritos. Introdução, item VI p. 25 e 25

Reuniões sérias.

Os Espíritos Superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde predominam o amor pelo bem e o desejo sincero, por parte dos que as compõem, de se instruírem e melhorarem.
 A presença deles afasta os Espíritos inferiores que, inversamente, encontram livre acesso e podem obrar com toda a liberdade entre pessoas frívolas ou impelidas unicamente pela curiosidade e onde quer que existam maus instintos.

Distinguir os bons dos maus Espíritos, é extremamente fácil. Os Espíritos superiores usam constantemente de linguagem digna, nobre, repassada da mais alta moralidade [...].

 A dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconsequente, amiúde, trivial e até grosseira.  O Livro dos Espíritos. Introdução, item VI,  p. 26

A moral dos Espíritos superiores. A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal.

Neste princípio encontra o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores ações.

[...] Ensinam [os Espíritos Superiores]. [...] que, no mundo dos Espíritos, nada podendo estar oculto, o hipócrita será desmascarado e patenteadas todas as suas torpezas; que a presença inevitável, e de todos os instantes, daqueles para com quem houvermos procedido mal constitui um dos castigos que nos estão reservados;  que ao estado de inferioridade e superioridade dos Espíritos correspondem penas e gozos desconhecidos na Terra.
Mas, ensinam também não haver faltas irremissíveis, que a expiação não possa apagar. Meio de consegui-lo encontra o homem nas diferentes existências que lhe permitem avançar, conformemente aos seus desejos e esforços, na senda do progresso, para a perfeição, que é o seu destino final. O Livro dos Espíritos. Introdução, item VI, p.  p. 27


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