A DIVERSIDADE DE IDEIAS DENTRO DO MOVIMENTO ESPIRITA. COMO LIDAR COM ISSO?
Em nossa casa espirita, volta e meia
alguém faz referencias a livros e ideias que não estão em sintonia direta com a
filosofia espirita. São ideias divergentes, mas que não
prejudicam seu objetivo maior, que é a transformação moral do ser, e muito
menos o seu sólido alicerce.
Em suas palavras finais, em “O Livro
dos Espíritos”, Allan Kardec reproduz as ideias dos espíritos da codificação,
referindo-se ao espiritismo da seguinte maneira:
… Nuvem alguma obscurece a luz
verdadeiramente pura; o diamante sem jaça é o que tem mais valor: Se é certo
que, entre os adeptos do espiritismo, se contam os que divergem de opinião
sobre alguns pontos da teoria, menos certo não é, que todos estão de acordo
quanto aos pontos fundamentais. Há, portanto, unidade…
Em entrevista concedida por Divaldo P. Franco ao Correio de
Uberlândia (Uberlândia, MG) em março de 1988, questionado sobre esse
tema, responde o seguinte:

O que se observa no Movimento Espírita é que, realmente, para alcançar sua finalidade, coexistem perspectivas diferentes sobre o caminho para se chegar a este objetivo. Em realidade, essas diferenças fazem parte do contexto das necessidades humanas e por um longo período ainda as veremos na utilização e aplicação dos recursos terapêuticos espiritas, ou migrados de outras propostas espiritualistas disponíveis devido, ainda, aos variados níveis de consciência que compõem a sociedade e o Movimento Espírita.
Allan Kardec definiu o Espiritismo como
'a ciência que estuda a origem, a natureza, o destino dos Espíritos e as
relações entre o mundo corporal e o mundo espiritual’.
As suas linhas essenciais são a crença em Deus, na imortalidade da alma, na comunicabilidade dos Espíritos, na reencarnação, na pluralidade dos mundos habitados, na ética moral do Evangelho, cujo princípio é o amor a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
As suas linhas essenciais são a crença em Deus, na imortalidade da alma, na comunicabilidade dos Espíritos, na reencarnação, na pluralidade dos mundos habitados, na ética moral do Evangelho, cujo princípio é o amor a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Tem efeitos obviamente
religiosos, pois faz a religação da criatura com o Criador através
da oração, da prática da caridade, do exercício das virtudes evangélicas, da
transformação moral.
Por sermos um Movimento novo,
ainda em formação, é natural, portanto, que indivíduos intelectualizados, mas
não necessariamente moralizados, ao adentrarem-se no conhecimento espírita,
intentem aplicá-lo de acordo com a sua maneira de pensar e não de acordo com a
proposta exarada pelo Codificador. Disto resultam as discrepâncias
metodológicas que de nenhuma maneira afetam a Doutrina em seu contexto, já
perfeita, mas gerando algumas dificuldades no Movimento que a qualidade das
boas aplicações terminará por superar.
Examinando os períodos por que passaria a Doutrina Espírita, o
Codificador refere-se ao período de renovação social, que seria o último,
indubitavelmente, este que agora estamos iniciando. Vivemos um momento de
ásperas transformações, e o Movimento Espírita vem tentando encontrar o melhor
caminho em um povo como o nosso, com tradições místicas, herdadas dos nossos
ancestrais.
Nós, espiritas, que buscamos seguir os ensinamentos de Jesus,
muito bem traduzidos através de grandes médiuns como os queridos Chico Xavier,
Divaldo Franco, Ivone Pereira, Raul Teixeira e tantos outros, temos recebido
duras criticas dos movimentos que se intitulam defensores da pureza
doutrinária. Em seus ácidos argumentos, não poupam nem a figura e a obra
do querido Chico, e muito menos a pessoa, caridosa e cristã, pois representa o
verdadeiro pensamento cristão.
Também não conferem credibilidade aos incansáveis e dedicados
amigos espirituais, fazendo-lhes severas criticas. O digno, respeitável e
grande conhecedor e divulgador espirita Divaldo Franco, também é malhado em
textos que sugam as energias do leitor e causam mal estar, devido a
ironias tão desrespeitosas e surreais, e a aura do leitor caridoso, se retrai
diante de leitura tão ácida, que em nada nos lembra o pensamento de Jesus e
Kardec.
Com essa postura anticristã, é que levantam a bandeira
de defensores da pureza doutrinária. Certa vez perguntaram a Kardec,
sobre a quem ele daria razão em caso de discussão acalorada, onde o que
teoricamente teria a razão, ele respondeu sem titubear: Eu ficaria com que se
mostrasse mais caridoso!!!
Isso já basta para qualificar quem está com a razão. Quem, segundo Kardec, está sendo mais caridoso? Se o que age com amor,
minimizando dores, clareando mentes, consolando corações, despertando a esperança, ou os que magoam e desrespeitam aos quais as ideias não são iguais às suas? Só isso já basta para serem reprovados no principio mais básico e fundamental do Espiritismo: Fora da caridade não há
salvação!
"Espiritismo sem religião é embarcação sem leme".
Espiritismo é
o resultado da união da ciência, da filosofia e da religião e dentre
as três vertentes, a que nos traz mais conforto à alma é, sem
sombra de duvida, a religião! Ela fortalece os
laços que nos ligam à nossa origem divina, enquanto que a
filosofia e a ciência nos esclarecem o raciocínio proporcionando
uma fé mais clara, e robusta. Corroborando nosso pensamento, Divaldo
Franco em entrevista à equipe de redação do Jornal Mundo Espírita, nos diz o
seguinte:
A visão religiosa da Doutrina colocou-se como prioritária, por atender mais de imediato os grandes sofrimentos morais, econômicos, sociais, emocionais, que vergastam a nossa sociedade. Uma visão de um Espiritismo sob o ângulo científico é muito válida para aqueles indivíduos que têm uma formação acadêmica e que se possam dedicar a experiências que confirmem todos os fatos que desde Allan Kardec já foram constatados.
Então, como lidar com a diversidade de ideias dentro do movimento espirita?
(...) para atender em semelhante
mister, há que silenciar discórdia e censura e alongar entendimento e serviço e
é por essa razão, que Allan Kardec colocou no luminoso portal da Doutrina
Espírita, a sua legenda inesquecível: ”Fora da caridade não há salvação.”
Como já foi dito, apesar das
divergências, os princípios básicos estão preservados e continuarão assim,
enquanto acatarmos o sábio conselho do Chico:
Muitos se preocupam com as pulgas e se
esquecem do Leão.
Então, FOCO no
leão!!!!
MARIA CIBELE MOREIRA PINTO
[1] O espírito da Verdade estudos e
dissertações em torno da obra “O evangelho segundo o espiritismo” de Allan Kardec
Francisco cândido Xavier e Waldo vieira ditado por diversos espíritos
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