SER MÉDIUM
É comum
as pessoas se indagarem sobre se algumas de suas sensações são realmente de caráter mediúnico
ou apenas estados emocionais ou, ainda, se certos acontecimentos não seriam
meras fantasias, suposições ou fruto de um estado de impressão?
Kardec
obteve a seguinte resposta dos espíritos: Reposta 159 do Livro dos Espíritos:
Toda
pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é
médium. Essa faculdade é inerente ao homem. Por isso mesmo não constitui
privilégio e são raras as pessoas que não a possuem pelo menos em estado
rudimentar.
Ou seja,
todos os seres humanos têm mediunidade em estado latente.
É como um princípio, uma semente, que poderá ou não desabrochar no curso da existência terrena.
Usualmente, denomina-se médium aquele em quem a faculdade mediúnica
se mostra de forma ostensiva.
Allan
Kardec, o Codificador do Espiritismo, explica, mais adiante, que todos somos influenciáveis pelas
sugestões alheias, podendo
estas partir de desencarnados (espíritos) que nos desejam influenciar e isso só é
possível através da sintonia mental e
acontece de forma espontânea e natural. Esta surge na mente
do indivíduo como se fosse uma ideia, um pressentimento e que são também
chamados de “intuição”. Essas ideias podem muito bem estar sendo lançadas por um espírito e a pessoa aceitará
a ideia ou não, dependendo do seu livre arbítrio.
“Médium”.
Esta palavra significa “aquilo que está no meio”.
Foi Allan
Kardec quem propôs esta terminologia, inclusive as palavras “Espiritismo”e “espírita”
também, pois para designar coisas novas trazidas pelos Espíritos Superiores à
Humanidade, era preciso uma nova terminologia.
Então
todo aquele que sente num grau maior e mais ostensivo, a influencia dos
espíritos, tem que educar a mediunidade e trabalhar?
A
resposta é sim, mesmo não sendo espirita. A pessoa que tem um compromisso com
sua mediunidade será encaminhada, de alguma forma, ao local onde deverá se
educar. A eclosão da mediunidade não depende de religião, idade, raça ou sexo.
Se
os sinais da mediunidade forem muito evidentes, intensos e frequentes, essas pessoas
ficam sujeitas a alguns
problemas mais graves decorrentes das presenças espirituais ao seu lado, as
quais captam, sem saber como se defender ou precaver-se contra assédios
negativos. Normalmente
sofrem até chegar ao local onde poderão ser educadas para exercerem o mandato
mediúnico.
Muitas criaturas,
por não conhecerem nada sobre o assunto, ficam amedrontadas; outras temem as
responsabilidades inerentes
ao exercício mediúnico e recusam-se a conscientizar-se acerca da sua faculdade,
evitando, de todas as maneiras, qualquer conversa ou situação relacionadas com
o tema.
No
entanto, todos que são levados à casa espirita com distúrbios da mediunidade,
tem um compromisso com seu exercício. Isso se dá devido a um acordo prévio,
combinado ao planejar a nova encarnação e não deve ser encarado como punição ou
castigo e sim uma maneira sublime de nos ajustarmos perante nossa própria
consciência.
Sempre
ocorre a substituição de uma prova dolorosa, pelo exercício da mediunidade com
Jesus. Quase sempre fazemos a substituição de uma doença ou uma perda, pelo
exercício mediúnico na Terra, só que quando reencarnamos, nos esquecemos
daquele compromisso e buscamos as saídas mais fáceis, que nos levarão a
desfechos mais difíceis.
O
desabrochar da mediunidade representa para o ser humano um horizonte novo que se abre. É um
chamamento, um convite a fim de que se volte para o bem, que
desperte para a realidade maior da
vida. É uma responsabilidade sim, mas, sendo vivenciada com seriedade, com amor e disciplina, será sempre fonte de benefícios, e em
primeiro lugar, é claro, para o
próprio médium.
Nem todo
médium é espirita. Temos visto médiuns não espíritas, embora assim se apresentem, se
utilizando da sua faculdade para se auto promoverem na divulgação DE suas produções
mediúnicas. Estes não têm as características espíritas,
cujas orientações são sempre voltadas para fins sérios, altruísticos e renovadores,
sem qualquer conotação de rituais ou de lucros materiais.
A
Mediunidade realmente existe?
Existe
desde que existe o homem. O físico
francês Patrick Druot, pesquisador do Instituto
Monroe dos
Estados Unidos, afirmou que: "a mediunidade existe. A ciência sabe como o
cérebro funciona quimicamente, mas ainda não sabe o que faz o cérebro funcionar
nos casos mediúnicos".
Conclui-se
que a mediunidade não pode ser vista apenas como algo religioso, mas como um
atributo biológico. O aumento do interesse pelos assuntos relacionados à
mediunidade é explicado pelo desejo de se ter certeza de que a morte não é o
fim, e que é possível contatar com os que já partiram (e que se encontrarão
posteriormente).
O médium
possui uma responsabilidade maior do que uma pessoa comum. Não é sinal de santificação, mas de
crescimento graças a experiências difíceis que acabam por proporcionar o seu
amadurecimento. O dever de todo médium é amar, respeitar o próximo, doar seus
ouvidos e consolar os que necessitam.
Deve
estar vigilante e ter sua moral sempre em aperfeiçoamento não se esquecendo que
estamos todos sujeitos a lei de causa e efeito, portanto passaremos por
dificuldades que serão atenuadas devido ao esclarecimento e a maturidade que
vamos adquirindo no trabalho do bem.
É importante aplicar-se ao serviço do bem,
convertendo-se em um instrumento de luz para si próprio e para todos os que o
rodeiam com a certeza de que a mediunidade
é uma dádiva.
(...) Não devemos forçar a eclosão das faculdades extrassensoriais. Mas podemos oferecer condições apropriadas para que venham a aflorar de forma espontânea e equilibrada.
Obrigação pode ser conceituada como tudo aquilo que nos é imposto ou forçado. Obrigar-se a algo ou a alguém implica ser governado pela expressão ilusória ‘deveria’.
‘Devo desenvolver a mediunidade’ equivale a dizer ‘não quero, mas sou obrigado a desenvolver’. Não somos obrigados a nada!
Mesmo quando realizamos algo significativo, se somente pensarmos nele como compromisso ou trabalho, sem o necessário gosto e motivação, alguma coisa estará errada conosco. Por mais que concretizemos feitos edificantes envolvidos por motivos sinceros, se sua realização não for feita com prazer/vocação, sentiremos mais esforço e imposição do que felicidade e conforto. Ninguém deve viver e trabalhar sem contentamento.
Deus não dá encargos e incumbências às criaturas, mas coloca nelas vocações ou predisposições inatas. Os dons espirituais são capacidades inerentes da alma. Vocação é um talento a ser exercido de uma forma exclusivamente nossa. A maneira como identificamos ou entendemos as nossas forças psíquicas determinará a produção mediúnica que teremos.
(...) A mediunidade se transforma em crescimento e amadurecimento espiritual quando for exercida com prazer e compreendida em termos de espontaneidade e predisposição natural. [1]
[1] HAMMED (espírito); SANTO NETO, Francisco do Espírito (psicografado por). A imensidão dos sentidos. 3. ed. Catanduva, SP: Boa Nova Editora, 2000. Cap. “Vocação, não obrigação”. p. 95.
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